Abismo!

Que desamarrem as cordas dos meus pés e me empurrem, quero chegar até você. Meu salto fará brilhar em teus olhos a noite estrelada, fará desmontar a eternidade escondida nas sombras, fará aparecer as mentiras e não importa quais sejam as verdades você está na minha cabeça e dela jamais sairá.

Sei que tenho muito pouco ou quase nada daquele tudo que me falta, desse tudo que neste instante é você. Sei que existem outras coisas em meu caminho, outros escolhas, outros percursos, mas independe da minha vontade ter-te em meus pulmões. Ter-te nas horas repetidas do meu relógio... Independe da dependência e da louca carência, independe do desejo de pensar tanto para tentar esquecer.

Sei que crio miragens em meus desertos para te encontrar... Crio dezenas de imagens, vivo na caverna de Platão... Vivo você que está vivo e jamais morrerá nestas minhas ilusões!