Nunca diga pra sempre...

O pra sempre pode ser tão rápido. Mais rápido do que o nosso próprio abraço, do que o nosso olhar desviado, ou beijo roubado. Pode ser fulgaz.

A ilusão do pra sempre é tão recente que sempre se torna o dia anterior do dia que já passou. São as asas em um vôo magistral sobre os poderosos interesses dos nossos corações, é o desejo inexistente e latente de tomar duas vidas pra si.
O pra sempre é o instante do tempo, o segundo em que minha felicidade escapa do alçapão e corre para tuas mãos procurando o conforto sagrado e profano do teu esquisito e indispensável sol da tarde.

A melhor forma de esconder-se do pra sempre é jogar – se na armadilha deste céu estrelado encoberto pelas luzes matutinas, é compreender que as nossas alegrias são passageiramente compostas pelas experiências frustradas do dia a dia.

O pra sempre e suas nuances são golpes do destino sempre deixam marcas, sempre deixam feridas... O pra sempre às vezes é carrasco, vilão, às vezes é um cúmplice, um particípe, ou autor do crime contra o nosso próprio destino.

Tenho sentimentos puros e insanos, sonho com teu beijo que faz meu corpo tremer, com teu cheiro que faz minha cabeça girar e sentir um balanço toda vez que olho pra você. Tenho em minha mente a tua face esculpida manualmente só para mim, pois crio e recrio fantasias lotando o espaço outrora vazio em meu imaginário.
Tenho em meus caminhos os passos silêncios dos teus pés descalços, as setas certeiras apontadas diretamente para o meu coração restando saber se vão destruí-lo ou requalificar a qualidade de você ser amante.

Pois, não acredito que o amor seja para sempre por que nada é para sempre... Às vezes é simplesmente eterno. Amo você...